Déborah Medrado, uma das renomadas figuras da ginástica rítmica brasileira, optou por encerrar sua carreira após superar desafios físicos consideráveis. Sua caminhada foi marcada por talento, mas também por lesões, o que a levou a compartilhar sua decisão de se aposentar devido às intervenções cirúrgicas em seus joelhos e pés, que a acompanharam ao longo de dois ciclos olímpicos, incluindo Tóquio 2020 e Paris 2024.
A atleta ressaltou que, apesar de todo seu empenho e amor pela ginástica rítmica, as limitações físicas acabaram por determinar esse desfecho. Durante seu período na seleção, Déborah foi peça fundamental na obtenção de resultados expressivos para a ginástica rítmica do Brasil. No entanto, as dores persistentes representaram um desafio árduo de ser superado.
Desde o início de sua jornada na equipe adulta em 2018, Déborah enfrentou obstáculos contínuos relacionados à sua saúde física. As lesões se tornaram mais severas, especialmente próximas das competições mais relevantes. Antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, foi necessário realizar uma osteotomia para corrigir o alinhamento de seus pés, afetado pelo formato de seus dedos, o que dificultava a execução de movimentos essenciais na ginástica rítmica.
O quadro médico da atleta demandou diversas adaptações, incluindo treinamento com calçados esportivos em vez das tradicionais sapatilhas. Mesmo após a operação, ela ainda enfrentou edemas e dores que a acompanharam ao longo de toda sua trajetória esportiva, mesmo após a reabilitação que possibilitou sua participação em Tóquio.
Na preparação para Paris 2024, Déborah Medrado foi surpreendida por mais um desafio físico: uma fratura por estresse, diagnosticada apenas um mês antes dos Jogos. Mesmo nessas condições, ela se manteve determinada a competir, apesar das dores que sentia até mesmo ao caminhar. O suporte da equipe técnica e médica foi fundamental para gerenciar os treinamentos, permitindo que Déborah contribuísse com a seleção brasileira até o término de sua carreira competitiva.
Apesar de se despedir das competições, Déborah Medrado não planeja se afastar do universo da ginástica rítmica. Com os estudos em educação física em andamento, ela almeja explorar novas oportunidades dentro do esporte, como a elaboração de coreografias e possivelmente seguir carreira na arbitragem. A jovem ginasta enxerga em sua experiência competitiva uma base sólida para continuar contribuindo com a modalidade de diferentes maneiras.
A entrada de Déborah Medrado na seleção adulta representou um momento crucial para a ginástica rítmica brasileira. Com apenas 16 anos, ela ingressou na equipe em um período de renovação e colaborou para elevar o patamar do conjunto nacional no cenário internacional. Os desafios enfrentados e as vitórias alcançadas ao longo de sua carreira são um testemunho de sua resiliência e impacto no esporte.
Mesmo com a despedida das competições em Paris 2024, Déborah Medrado deixa um legado de persistência e conquistas que servem de inspiração para as próximas gerações de ginastas. Embora sua história esportiva esteja entrelaçada com dores físicas, é justamente sua determinação e dedicação que ecoam mais alto em sua jornada esportiva.
